sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Já viu? Onde estarão os Nobres?

Fiz uma pausa de cerca de quarenta minutos nas minhas atividades para me inteirar dos acontecimentos  mais recentes, já que estou mergulhada em trabalho nos últimos dias. Deparei com as absurdas imagens da reintegração de posse do bairro de Pinheirinho, em São José dos Campos. Entre emocionada e revoltada, me senti impelida a compartilhar, chamar a atenção e alertar para uma questão que já postei aqui antes: continuamos vivendo numa ditadura militar. Não vou entrar no mérito da questão politica ou dos interesses escusos e negociatas por trás dos eventos em que as Forças Armadas estão a serviço do poder e não do povo. As imagens falam por si mesmas: há sim, verdadeiros campos de concentração no Brasil, mas desta feita não é o povo judeu quem está segregado. No nosso país, para habitá-los, basta ser pobre. As câmaras de gás foram substituídas pelo gás pimenta e bombas de gás lacrimogêneo, os cidadãos não são colocados contra o paredão e sim caçados como animais e alvejados a esmo com balas de borracha ou não - incluindo idosos e crianças - quer seja nos quilombos ou nos terrenos abandonados ocupados. Já imagino a cena de Isabela Nobre, criança inocente brincando de casinha e panelinha, sendo abordada por um truculento policial militar sem identificação, com um fuzil apontado para sua cara: "Moço, o que foi que eu fiz?" e ele respondendo com um sorriso sardônico, antes de atirar "Você nasceu.".
Podemos fechar os olhos, mas o fogo não deixará de arder. Nosso mundo está em chamas e está faltando água... Porém, ao contrário de outrora, hoje temos VOZ: para tanto serve essa rede. Que nossos antecessores não tenham sido torturados e mortos por nada. Justiça seja feita. 

Um dia antes do massacre:


A verdade nua e crua:


Cerco aos quilombolas:


Um comentário:

Anônimo disse...

É isso mesmo ! Pena que as pessoas estão sempre ocupadas e com o olhar sempre direcionado para o próprio, umbigo e são incapazes levantar o olhar um pouquinho que seja para se compadecer e reagir contra tamanho absurdo. As vezes me pergunto. Estamos realmente no século 21 ?
bjs
Arlete