imagem da propaganda de Johnny Walker |
Desde o princípio das manifestações eu senti algo estranho no ar. Como moradora da região no entorno da principal avenida de São Paulo onde essas ocorreram, sentindo-me privada de meu direito legítimo de ir e vir e de discordar, quase subordinada a um toque de recolher, assistindo de minha janela as ruas literalmente pegando fogo por ação de grupos que não pareciam "não ter uma bandeira política", senti a tensão crescendo em mim e no ambiente culminando numa perplexidade atônita. O desejo era gritar: "o que vocês estão fazendo?". Porém, na primeira semana do conflito resolvi silenciar e observar, lendo tudo o que podia sobre o que estava acontecendo, de várias fontes e não somente da imprensa oficial e me informando através de pessoas que participaram das manifestações, professores e militantes de esquerda. Constatar o que os manifestantes ajudaram a desencadear foi realmente assustador.
Hoje, após os primeiros e óbvios resultados da tal "revolução das ruas", sinto-me no direito (e quase na obrigação) de compartilhar tudo o que vi e ouvi durante os tais "sete dias que mudaram o Brasil" (e que foram, na verdade, bem mais que sete dias).
O que assisti principalmente foi uma grande mobilização das massas através das redes sociais, por isso o retorno ao tema Consciência na Rede e do blog que existe desde os idos de 2007, quando publiquei como co-autora da perita digital forense Arlete Muoio, o livro Crimes na Rede - O Perigo que se esconde atrás do Computador, onde buscávamos denunciar e orientar os usuários sobre os riscos do uso não consciente da Internet e redes sociais. Este blog foi uma tentativa de expandir a reflexão sobre em quais frequências sintonizamos nossa energia e qual a contribuição estamos dando individualmente para o advento de uma consciência coletiva, que resultou no livro Consciência na Rede - Reflexões sobre a Vida Cotidiana.
Acompanhe, nas próximas horas, tudo o que venho descobrindo acerca do aparente movimento "espontâneo" de insatisfação do "povo" que foi às ruas para reivindicar seus direitos e minhas reflexões acerca do poder da mídia e das redes sociais em incitar, mobilizar e manipular o indivíduo.
Depois de tanta tensão, hoje sinto "a paz dos profetas... e a angústia dos que amam a democracia".
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