terça-feira, 25 de junho de 2013

"O problema do face são aqueles que não mostram a face"

Vimos nos últimos dias a eclosão de um nuvioso movimento que se inciou com uma manifestação em protesto ao aumento da passagem de ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,20, degenerou em cenas de violência e culminou na ameaça da Fifa em retirar a Copa do nosso país devido aos protestos e consquente falta de segurança e ao clamor de alguns pedindo o Impeachment da Presidenta Dilma Roussef.
Os protestos foram articulados em sua maioria através do Facebook, que tornou-se a principal rede social em âmbito mundial e o maior fenômeno de comunicação em massa dos últimos tempos. O grande problema disso é que muitos dos organizadores dos movimentos não mostram suas caras nem revelam suas identidades. Muitos manifestantes vão as ruas com os rostos cobertos por camisetas ou bandanas, misturando-se a multidão, gritando palavras de ordem e incitando os demais, como pastores no meio de ovelhas.
Travestido de um movimento espontâneo e apartidário, com direito a bandeiras dos partidos queimadas e militantes agredidos, as manifestações resultaram em um grande desgaste do Governo Dilma, que em menos de uma semana deu uma declaração nebulosa, propôs um plebiscito para reforma política e recuou, o que mostra as dificuldades que o governo enfrenta em face dos últimos acontecimentos.
Num primeiro momento, pessoas foram às ruas, entusiasmadas com a liberdade de expressar-se, como se estivessem num Carnaval ou algo do gênero, sem entender a gravidade de seu engajamento. Logo no início já podia-se notar que o enfrentamento se daria, o clima começou a tensionar e houve confronto com a Polícia, enquanto a imprensa apoiava a violência dos policiais contra os "baderneiros". Depois, como um formigueiro que foi pisado, mais pessoas foram as ruas, a Polícia Militar recuou e manteve-se passiva, houve mais violência e saques. A imprensa começou a falar em uníssono em "uma manifestação pacífica" e "atos isolados de vandalismo". O ápice dava-se com um jovem com máscara incitando os manifestantes a quebrar o prédio da Prefeitura de São Paulo, logo depois identificado como o estudante de Arquitetura Pierre Ramon de Oliveira. 
Uma máscara que tornou-se item obrigatório do kit-manifestante versão 2013 (que inclui também cartazes, tinta spray, cerveja heinekken e trouxinha de maconha) é a que reproduz o personagem do filme V de Vingança (leia aqui a história da máscara e outros esclarecimentos), também utilizada pelo Anonymous, que se diz um não-grupo, não partidário, uma legião, uma ideia. 
Eu particularmente não confio em quem não mostra a cara porque nunca sabemos quem é e a serviço do que está o indivíduo atrás da máscara. E você?

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